Estamos na sala, de manhã, ao pequeno-almoço. O filho, ensonado, vem a
correr ter com a mãe, com um jeito "ronhónhó" muito dele, muito mimo.
A mãe abre os braços ainda antes de dizer palavras mágicas. A mãe sorri para
ele, vem aí mais "ronhónhó", e já só pensamos naquele abraço forte
que nos vai unir... A mãe olha, mais uma vez para o filho, e o sorriso passa de
repente a nervoso, e depois a pânico... vem aí uma pequena boquinha com uma
linda e reluzente auréola de leite, do mais puro leite... e a mãe já está vestida e colocou-aquela-camisa-gira-para-ocasiões-importantes-do-tipo-a-reunião-que-vai-ter-passado-uma
hora-“aquela” única camisa que o tempo deixou secar porque as outras estão
todas húmidas há três dias. E a mãe grita para dentro "nãoooooooo" e
com o mesmo sorriso de pânico (que o filho não vê porque é pequeno e já está
todo coladinho à camisa) abraça aquele mimo todo e pensa: "estou
tramada!". Olha para a nódoa, olha para o relógio: faltam 20 minutos para
sairmos de casa, não há mais camisas, não há alternativas, e o toalhete que
entretanto foi buscar e que levemente esfregou na mancha do mais puro leite...
é agora uma auréola três maior. Socorro... Um casaquinho! "Hoje até está
mais frio! Um casaquinho que assente bem, por favor armário, oferece-me isso,
tens 3 minutos para mostrares o que vales!". E o milagre acontece, de
dentro do armário um belo casaquinho de malha perfeito para a ocasião/reunião
surge, resplandecente.
Já a caminho da reunião importante a mãe repete para si mesma: "Ok,
tudo correu bem, e o mais importante é que não travaste o impulso de mimo do
filho só por causa de uma camisa. Mas agora presta atenção: Não te atrevas a
tirar o casaquinho, nem que, à conta do frio de hoje, o cliente (simpático...)
tenha colocado a sala mais quentinha e agradável, e o ar-condicionado esteja a
trabalhar â maluca...! Vais controlar a respiração, vais manter-te o mais
quieta possível, para não se tornar impossível a transpiração... Vale
tudo, menos tirar o casaco."
Gostei muito. Da situação, da solução e da descrição. Fez-me lembrar algumas situações semelhantes, também antes de reuniões importantes. Num dos casos quem me salvou foi um fósforo. Um dia conto. Beijinhos
ResponderEliminardo pai
:-) ai vou querer saber! Beijos, Papi
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